Capítulo 231

Terminando o meu show fui para o camarim onde o encontrei conversando com o meu pai , os dois estavam rindo bastante :

- Oi homens da minha vida.

- E aí , filha tudo certinho ?

- Tudo ótimo , gostaram do show.

- Foi emocionante – disse o Luan , estava de braços cruzados e mostrava bem os seus músculos , nos últimos meses o Luan vinha malhando pesado , o que estava fazendo resultado , os seus braços estavam enormes e ele comia apenas coisas saudáveis , o que as vezes me dava raiva , pois eu queria comer besteira , como uma pizza e ele queria comer uma fruta.

- Vou aqui conversar com a Karen – meu pai saiu nos deixando a sós.

- Que surpresa você por aqui , porque não me contou ?

- Queria fazer uma surpresa.

- E será que você pode descruzar esses braços me dá um abraço ?

Ele sorriu e me deu um abraço apertado , seguido de um selinho :

- Quero te mostrar uma coisa.

- O que ? – perguntei curiosa. – Antes de me contar , você veio só ?

- Não , Wellington tá conversando com uns rapazes ali na frente.

- Só você e o Wellington ?

- Sim ...

- E o Rober ?

- Ficou em Londrina , passamos por lá e aí eu resolvi vim aqui no seu show.

- Ah sim , que bom. Agora me mostra ...

Luan arrumou um pouco a blusa dele no ombro deixando um pouco de lado e eu pude ver uma tatuagem , era um terço e estava com um plástico em cima , quando ia colocar a mão , ele se afastou :

- Não pode , tá doendo ainda.

- Meu amor , você fazendo uma tatuagem ?

- Tá vendo , eu fiz ... É algo que significa demais na minha vida.

- Eu sei ... Ficou legal.

- Gostou mesmo ?

- Gostei ... – saindo do local do show passamos em um restaurante.

Um tempo se passou e eu já me encontrava com oito meses , estava deitada em meu quarto depois de um banho , assistia televisão , o Luan não estava em casa , já fazia dois dias apenas , resolvi pegar o meu celular e tirar uma foto , a Melissa estava se mexendo , muito.

‘’ A Mel , não para de mexer na barriga da mamãe ... Tá chegando ! ‘’

{ ... }

Amanda já estava com oito mês e alguns dias para completar nove  e a Melissa já mostrou que é meio impaciente na barriga , virando para nascer muito antes da hora. A coisa ficou séria ao ponto da obstetra colocar Amanda de repouso absoluto e tomando remédio para evitar as contrações antes da hora. Mas nem isso adiantou , assim que voltamos para última consulta com a obstetra , a bolsa rompeu e tivemos que correr para a maternidade.

Pra piorar ela escolheu justamente a hora do engarrafamento da ‘’volta pra casa ‘’ , num dos piores dias do ano em termos de trânsito em Londrina.

Se isso não fosse o bastante , ainda era o dia do aniversário da obstetra e ela não estava em casa , o que foi a maior merda de todas , uma vez que ela mora praticamente do lado da maternidade. Chegamos na maternidade com a Melissa quase nascendo.

E por mais estranho que pareça , nosso azar contribuiu para nossa grande sorte , acontece que o trânsito estava tão ruim , mas tão ruim , que a equipe de plantão da maternidade havia chegado , mas a galera que deixava o plantão anterior estava vendo TV esperando que a condição das ruas melhorasse para que pudessem ir embora.

Só e unicamente por isso , havia uma médica que fazia clínica geral e também era anestesista na maternidade. Foi a sorte , já que não teve como o anestesista da equipe da nossa obstetra chegar. A mesma coisa aconteceu com o pediatra , que não conseguiu chegar e contamos com a ajuda do pediatra que estava de plantão na UTI.

Quando a obstetra finalmente chegou , com aquele jeito super-zen dela , cantando uma musiquinha da novela já tava tudo pronto.

Amanda sentindo as contrações , morrendo de medo do bebê nascer de parto normal.E falando nela , nunca vi uma pessoa tão nervosa na vida. Ela tremia tanto.

Eu estive o tempo todo lá com ela e vi tudo. Confesso que me caguei de medo de desmaiar , não só pela emoção , mas também pela fome desgramada que eu estava sentindo.

Eu ficava ali , dando força para Amanda com um olho no peixe e outro no gato.